terça-feira, 17 de fevereiro de 2015

Coisas e Caminhos

Entre ruas e avenidas, a gente cruza com tanta gente nessa vida, algumas nos fazem tanto mal, outras em contrapartida parecem ter vindo de outras vidas, e nos fazem viver situações memoráveis. Elas nos ajudam a sobreviver aos dias difíceis. Ana Laura apareceu do nada , me pisou no pé e não pediu desculpas, ao invés disso sorriu pra mim, sorrimos um para o outro, como se já desse pra adivinhar que éramos um desses encontros raros da vida. Ela era de leão, e eu até aquela altura da vida não sabia muito bem pra que servia esse negócio de signo , astrologia pra mim era a maior besteira que o ser humano poderia ter inventado, ou uma das maiores! Cara, pra que diabos classificar em grupos personalidades fáceis e impossíveis de lidar? Ela não tinha paciência com adultos e eu nunca suportei crianças , Ana Laura queria ser mãe, já eu nunca quis ter filhos, que dirá me casar. sempre achei que homens e mulheres não foram feitos pra morar juntos, se mesmo minha mãe, que era um doce de ser humano , já me despertava desejos assassinos na maior parte dos dias, imagine uma outra saia qualquer que por ventura eu encontrasse por ai. Meus relacionamentos nunca duraram mais que 2 meses , mas eu ainda estava bem, Ana Laura tinha relacionamentos de 2 semanas, dependendo do cara podia ser de 2 horas ou menos acredite! Enfim, ela comia na minha casa e eu por um tempo comi direitinho na mão dela, mas ambos sabíamos que isso não duraria muito. No carnaval desse ano , ela me deixou incompleto, dançamos uma musica ridícula em um desses bloquinhos de rua e no fim da musica, ela me sorriu , beijou minha mão esquerda e piscou pra mim indo embora. Sempre soube que era uma despedida, assim bem do jeito que ela gostava, sem drama! Me deixou com com marca de brilho labial roxo nas mãos e uma marca invisível na alma. "Você e eu somos um tipo raro de ser humano meu caro, fomos feitos pra amar a vida, e tudo que ela trás pra gente, eu sofro com cada morte, vibro com cada nascimento, amo com todo o coração, fico com todo o prazer e me despeço com maior prazer ainda! Sair de cena com estilo é o que de melhor eu sei fazer..." Dizia. Depois daquele carnaval eu parei de comer carne vermelha, comecei a amar cinema Francês e a detestar o inverno, mas nunca mais a vi, não duvido que talvez ela não esteja mais aqui, nesse país ou nesse mundo, eu nunca soube o que ela era de fato, nem em que tipo de pessoa ela me transformou, mas pessoas como a gente , não importa se juntas ou separadas fazem bem pro mundo, e ninguém nota, essa é justamente a magia das coisas: ninguém perceber.